sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Saint Seiya em CGI

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Trailer de Legend of Sanctuary CGI 2014 (Mais Nítido)

Analise Pokémon X&Y


 Creditos à: Matheus Falqueiro Bertolasi

São poucas as franquias consagradas que podem se gabar de não perderem a qualidade após lançamentos constantes, ou ao menos de serem acusadas disso. Embora muitos contestem (sem fundamento) a qualidade ou originalidade dos novos monstros, Pokémon é uma série cujos jogos são, por unanimidade, considerados cada vez melhores a cada novo lançamento. A cada nova versão, críticos e jogadores se arriscam chamando aquela de “versão definitiva de Pokémon”. E, até certo ponto, é verdade. Cada novo jogo é, de fato, a “versão definitiva” da série, pelo menos até o próximo título ser lançado.

Sendo assim, seria redundante dizer que Pokémon X e Pokémon Y são, de fato, os melhores jogos da franquia. E parece que, dessa vez, a Game Freak fez tudo o mais correto possível; single player melhorado, multiplayer melhorado, plena utilização das capacidades do console, boa dosagem entre nostalgia e novidade. X e Y parecem ter de tudo para agradar aos veteranos, aos novatos e também aos que, por qualquer motivo que seja, tenham abandonado a série ao longo do tempo.


Enquanto Black & White praticamente abdicaram dos pokémon antigos e fizeram uma campanha single player que possuía apenas os pokémon estreantes, exibindo com orgulho os numerosos 156 novos monstrinhos, X e Y parece ter tomado o rumo oposto. Com seus modestos 69 novos pokémon, o jogo dosa bem os novos bichos com os veteranos. Pidgeys se misturam a Fletchlings, que se misturam com Caterpies, que se misturam com Scatterbugs – tudo isso nos primeiros matinhos do jogo. O início também remete, em certos aspectos, a Red e Blue, visto que logo no começo o jogador deve explorar uma floresta onde são encontrados pokémon insetos, Pidgeys (e Fletchlings), e até mesmo ocasionais Pikachus, por um caminho que lembra muito a Viridian Forest da primeira geração. E, por toda a jornada do jogador pela região de Kalos, novos rostos são introduzidos com muita naturalidade ao lado de conhecidos, numa ótima dosagem que mescla muito bem o novo e o velho. Para os que tem em Pokémon X & Y seu primeiro título da série, isso pode parecer uma pouca coisa. Veteranos acharão isso muito legal, mas os verdadeiros beneficiados são os que deixaram a série e agora retornam. Kalos é uma região que mistura tão bem os pokémon novos com os da primeira geração quanto com os da segunda, terceira, quarta ou quinta, tudo com muita naturalidade, como se fossem todos de fato pertencentes ao mesmo universo – coisa que, em retrospecto, não parece ter sido tão bem trabalhada nos jogos antigos, embora eu nunca tivesse reparado que de fato era algo importante. É aquele tipo de coisa que você precisa ter para saber que fazia falta.


E, obviamente, as novidades não ficam apenas por conta das novas criaturinhas. Uma das adições mais notáveis é o novo tipo de pokémon apresentado por X e Y: Fairy. E assim como na segunda geração, a última até então a adicionar novos tipos, houve um rebalanceamento total do jogo. Novos pokémon ganharam o tipo Fairy como secundário, enquanto outros tiveram seu tipo totalmente alterado, como o caso do Snubbull por exemplo. Isso abre leques totalmente novos tanto para o cenário competitivo quanto para o jogador médio, pois junto com o novo tipo, todo o sistema de fraquezas e resistências foi revisto. Basicamente, Fairy bate em quem não apanhava e apanha de quem não batia em ninguém, sendo sua supremacia sobre o tipo Dragon bem polêmica, por exemplo. Junto com isso, outros detalhes foram alterados como pokémon Poison-type serem imunes a envenenamento, Eletric imune a Paralysis, entre outros pormenores que trouxeram um belo ar de novidade à série.

Mas provavelmente a maior novidade que X e Y trazem consigo é a mecânica de Mega Evolution. Esse sistema consiste basicamente em um novo nível na linhagem evolutiva de diversos monstrinhos, porém, o mesmo só pode ser alcançado durante batalhas e o pokémon retorna ao seu estado normal após a luta. Só é possível Mega-Evoluir um pokémon por combate mesmo que ele seja nocauteado, então escolha bem na hora de decidir qual monstrinho transformar num embate decisivo. As Mega-Evoluções tem efeitos que vão além dos estéticos. Pokémon que podem Mega-Evoluir recebem um notável bônus em seus status, e alguns até mesmo trocam de Ability ou tipo, o que transforma totalmente sua função na batalha. É algo a ser estudado muito cuidadosamente na hora de projetar seu time, e, provavelmente, terá um grande impacto no cenário competitivo do jogo.


As Mega Evolution, aliás, são um dos focos principais do enredo do game. O professor Sycamore, responsável por enviar o jogador em sua jornada, estuda as Mega Evoluções e pede sua ajuda para entendê-las melhor. Além disso, como de costume, o professor pede para que você (e seus amigos) o ajudem a completar a PokéDex durante sua jornada por Kalos. E que jornada, diga-se de passagem. Kalos é uma região imensa e cheia de variedade em seus cenários, indo de florestas a cidades, montanhas nevadas a praias, castelos a grandes centros urbanos. E, ao percorrer todo o continente, o jogador deverá enfrentar oito ginásios ao longo do percurso, obter as oito insígnias para a Liga Pokémon e derrotar a Elite Four, para só então ter a chance de se tornar o verdadeiro Campeão ao enfrentar e vencer o atual Campeão de Kalos.

Tudo isso custará, aproximadamente, 25 horas ao jogador médio, com uma dose de exploração moderada. Isso por si só já seria suficiente para justificar o valor do jogo, já que é muito mais do que a maioria dos jogos que temos hoje em dia, mas Pokémon não se contenta com isso. Após se tornar Campeão, você ainda terá coisas para explorar em Kalos. Side quests, novas áreas desbloqueadas, buscar as Mega Stones para treinar outros monstrinhos e construir um time melhor, participar da Battle Maison, Battle Institute, Battle Chateau... Isso tudo sem mencionar o online. E que modo online, diga-se de passagem. A Game Freak caprichou nos opcionais online do título, nos dando tudo o que queríamos e muito mais. É possível ver quais dos seus amigos estão online (amigos esses que são registrados automaticamente da sua Friend List do 3DS), ver e interagir com pessoas que passam por você enquanto você joga, batalhar tanto com amigos quanto com estranhos aleatoriamente pela internet... As opções são inúmeras. Mas a que talvez mereça mais destaque, até por ser a mais inusitada, é a opção de nome Wonder Trade. O Wonder Trade consiste basicamente em um modo de troca aleatório. Você escolhe um pokémon qualquer seu, lança-o na Internet e recebe um outro pokémon instantaneamente, vindo de qualquer lugar do mundo. Claro que, como é de se esperar, muitos Zigzagoons e Bidoofs serão recebidos assim. O que não impede, no entanto, de que esporadicamente alguém nos envie coisas um pouco mais raras como Fennekins, Squirtles, Aerodactyls, Bagons... Tudo depende de quem está do outro lado, afinal, ainda é uma troca e isso é algo que envolve duas partes. Não quer receber “lixo”? Faça sua parte não enviando “lixo” também, oras! Por incrível que pareça, a quantidade de monstrinhos decentes que circula o modo é razoavelmente alta. Ponto positivo para os usuários.

Talvez o único pecado do jogo seja o “pós-Liga”, por assim dizer. Depois de se tornar o Campeão de Kalos, embora haja sim muita coisa para se fazer, como dito anteriormente, pouca coisa é exatamente nova, no sentido de que a maioria já estava habilitada antes de se passar a Liga. Basicamente, o que o jogador habilita após passar a Elite Four é uma nova cidade e algumas sidequests interessantes, mas nada que se compare com os jogos anteriores que, em alguns casos como Johto, traziam todo um novo continente para ser explorado. Ok, Johto fez algo fora do padrão que nunca mais foi replicado, mas provavelmente Kalos é a região que menos traz ambientes novos após a derrota do Campeão. Isso não chega a tirar pontos do jogo, no entanto, porque o conteúdo do game é muito bem dosado durante a história em si, então quando você completar a Liga, já vai ter feito muita coisa e poderá voltar para fazer muito mais que com certeza deixou para trás.


Outros dois pontos que entram pra categoria “falhas que não são realmente falhas” são o enredo e o modo 3D. Por partes: o enredo, como já citado, foi no caminho totalmente contrário ao que se esperava após Black & White. Enquanto nesses dois títulos a Game Freak ousou um pouco mais no que tange ao enredo da série, trazendo uma trama um pouco mais elaborada do que o de costume - o que, diga-se de passagem, foi amplamente aceito pelos fãs e elogiado pela crítica –, em X e Y ela abandona essa tentativa de aprofundamento na história de Pokémon e traz de volta o enredo raso de sempre. Paralelo a isso, o jogo faz pouco uso do 3D do aparelho, sendo que o efeito fica restrito a cutscenes e as batalhas. Porém, como isso pouco interfere já que o foco do jogo é justamente batalhar e o efeito está presente nesse modo, aliado ao fato de que o 3D é algo que vai muito do gosto de cada um, isso não é suficiente para tirar um mísero ponto do jogo. No entanto, aos fãs do 3D, estejam prevenidos que, sob certas circunstâncias durante as batalhas, o modo 3D ligado causa um certo distúrbio no framerate do jogo, o que não chega a atrapalhar de fato por se tratar de um jogo que não possui ação como foco. Se fosse o caso de um Mario, por exemplo, poderíamos crucificar alguém por isso, mas não é o que acontece e não tem grande impacto no produto final.

O nivelamento automático para batalhas online também retornou, após uma breve saída em Black e White por motivos ainda não compreendidos. Assim como também está de volta a opção de controle L=A, algo que para alguns não significa nada e para outros significa o mundo. A Game Freak acertou de novo trazendo de volta o PokéRadar, item bem popular entre os pacientes jogadores dispostos a fazer chains e conseguir monstrinhos shinies de uma forma cansativa porém que depende menos da sorte. São opcionais de nicho, mas alguns ficarão bem felizes em vê-los de volta, tenho certeza.

O jogo, embora longo, ficou razoavelmente mais fácil do que os anteriores. O que nem de longe é algo negativo, pois junto com essa facilidade veio um maior dinamismo no modo single-player. As coisas demoram menos tempo para serem feitas, exigem menos grinding e repetição desnecessária para serem atingidas. Claro que isso tudo se dá principalmente pela mudança drástica feita no item Exp. Share, velho conhecido dos jogadores de longa data. Na nova versão, o item (que passa a ser um Key Item, ao invés de um consumível) divide a experiência das batalhas entre todos os pokémon do seu time, ao invés de só um que esteja com o item equipado, da mesma forma que o Exp. All fazia em Red, Blue eYellow. Isso, atrelado às reformulações feitas no sistema de ganho de experiência tornam o jogo muito mais prazeroso de se jogar durante a campanha. Agora, todo e qualquer pokémon que participe da batalha receberá 100% da experiência, enquanto os demais pokémon do time receberão generosos 50% via Exp. Share. Capturou um pokémon selvagem? Ganhe mais um pouco de experiência, também. E para os que não gostarem dessa alteração, é possível desativar o Exp. Share e treinar um pokémon por vez, como era de costume. No entanto, com exceção dos que estiverem buscando treinar um monstrinho para jogar competitivamente, não vejo motivos para se querer fazer isso; é bom demais para ficar sem, ainda mais voluntariamente. Esse é o tipo de mudança que torcemos para retornar nas próximas versões da série.


Outra mudança que deve chamar a atenção de desavisados logo de cara são os gráficos. A série finalmente abandonou os sprites e se rendeu ao belo mundo do 3D, com ambientes totalmente tridimensionais, movimentação em oito eixos e batalhas com modelos tridimensionais de todos os pokémon. Junto com essa repaginada completa no visual, veio a customização do personagem principal, coisa que também já era um pedido de longa data dos fãs. Ao selecionar uma menina ou um menino como avatar, o jogador escolherá entre três tipos pré-estabelecidos, que mudam a cor da pele, dos olhos e do cabelo do personagem. Escolha sabiamente, pois a cor da pele não pode ser alterada depois, apesar de ser possível sim mudar cabelo e olhos, escolhendo entre uma generosa quantidade de penteados e cores diferentes durante o jogo. Além disso, é possível trocar as roupas do personagem como desejar, comprando várias peças de vestuário diferentes nas inúmeras lojas de roupa espalhadas por Kalos.


Uma alteração que ainda não chegou, no entanto, foi no que tange às vozes dos monstrinhos. Com exceção do Pikachu, que recebeu uma dublagem tal qual em Pokémon Yellow, os pokémon ainda possuem vozes iguais às de suas versões originais, se assemelhando com tons de discagem de internet. Isso é algo que não compromete a experiência, mas não foi dessa vez que pudemos ouvir as vozes dos nossos pokémon preferidos – isso é, a menos que seu pokémon preferido seja o Pikachu. A trilha sonora, em contrapartida, mantém o altíssimo nível de qualidade da série. Músicas épicas te esperam nas batalhas contra o rival, o Campeão, pokémon lendários, em algumas cidades... Faz por merecer a venda no iTunes que a Game Freak anunciou, de fato.

Pokémon X e Pokémon Y são, de fato, as versões definitivas de Pokémon. Maior, melhor, mais forte e mais bonito que qualquer coisa que já tenhamos visto com o nome Pokémonna capa. Pelo menos até o próximo jogo da série aparecer, com mais melhorias que queremos e que não sabíamos que queríamos, e então voltarmos a proclamar que são as novas versões definitivas. O jogo, sublime em cada aspecto, tem tudo o que um jogador veterano, novato ou que esteja retornando à série pode querer ou esperar de um jogo Pokémon. Este é, muito provavelmente, o título mais importante da biblioteca atual do Nintendo 3DS, e com certeza o jogo que todos os proprietários do console deveriam ter.